sexta-feira, 30 de maio de 2008

De quando tornei-me Italiana Ou De quando os italianos decidiram que meu sobrenome não seria mais Azzolin


Vacinei-me contra Sarko pela manhã e comprei um guarda-chuva pra comemorar, não exatamente nessa ordem. Posso dizer também que pra comemorar a compra do guarda-chuva é que me vacinei contra Sarko. Sinônimos, sinônimos do nada. Um dia Céline disse, escreveu ou deixou escorrer pelo lado esquerdo ou direito da boca, "o patriotismo é somente mais um daqueles falsos valores aos quais a humanidade se agarra". Patriotismo esse, equivocado e malsão da parte de Sarko, que me roubou noites de sono, diante da angústia do iminente, na língua deles, “emmerdement”, perfeito neologismo derivado é claro, de merda, que bem esboça a especialidade do Monsieur. Merda. Victor Hugo alegou (ou melhor deve ter escarrado) que merda é a palavra mais bonita da língua francesa. Dou-me ao luxo do uso do escatológico vocábulo pra melhor pintar o fato; Após ter engolido médicos e controladores de trem racistas e insinuações baratas de gente que ainda pensa que toda brasileira é puta, eis meu passaporte europeu em cima da mesa rindo pra mim.

Pequeno bloco de papel caro e emerdante que para havê-lo abri mão do meu estimado Azzolin, lembrança do único colo de vô que tive. Do Nascimento, nasço continuadamente, espero. Bloquinho de papel caro e menos chèr, hoje.

Luana ??? Berdinazzi...