quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Como sentir saudade de um pays que continua assassinando a lucidez e premiando o corrupto, o que se curva e se vende, os ladrões que têm (uso esse acento talvez pela última vez antes de sua queda) sua putaria explícita exibida diariamente antes e depois do circo das 6,7,8 na cloaca global?

Dois meses e meio de reflexão bastaram pra convencer-me a jogar para o fundo do armário aquele simpático chinelinho que tem em sua tira, uma também simpática bandeira verde-amarela , que em tamanho natural ostenta discurso hipócrita-progressista (nada contra o pai da frase, até recomendo visitar Montpelier). Saudade tenho é da última Flor do Latium, pois se eu pudesse comer a palavra comia; Dos bons, velhos e novos amigos, dentre eles a Jaqueta (estou sorrindo pra ti agora minha flor), da Yula que , utilizando de novo suas próprias palavras, « estar com ela é como fazer aniversário, amanheço com festa e é sempre benigno »; da Mari-mãe-amiga-irmã, a "sultana"do Dauti, que cada vez que abre a boca, ou me ensina algo ou me faz rir (fico doente só de pensar que não vou poder falar o bom , o mau português, nem brincar com ele em sua companhia por enquanto, e o melhor de tudo, independente do cinismo, da ironia, do abuso neologístico, ser sempre compreendida); Falando no amigo Dauti do qual não pude despedir-me no último natal, pergunto-me se o que lhe matou foram as bactérias do hospital ou o catastrófico resultado da importação de um daqueles erros da modernidade brasileira, senão de todos; a velha importação; Importante/importado (abro um sorriso pro Henfil também). Ele ainda mata e achata meu velho, (às vezes, no melhor dos casos, no sentindo de chatear mesmo):

« - Num tá bão nem nu Sul maravilha, Henfil. »

Já que estou só sorrisos, saudade dos do Felipe, pra mim a melhor guitarra do "sul-maravilha"; O barão de Itararé pregava mais água, mais leite, menos água no leite, e eu para o Felipe, menos mouse e mais palheta! Saudade gigante também de uma cassetada de gente que me ajudou a suportar o insuportável.

Eis o ínfimo desabafo de uma subdesenvolvida num país que embora meio afrescalhado (e com o teclado do computador faltando sempre alguns acentos) lhe dá as condições de vida que nunca teve.

Sem essa de ou me ame ou me deixe, me dê é condições de viver dentre suas fronteiras !

Puta que pariu a pátria que me pariu!

Disse Stanislaw Ponte Preta: Quando estamos de fora o Brasil dói na alma, quando estamos dentro, na pele…

Me sinto hoje uma auto-exilada política;

Páro por aqui senão perco o sono por dez anos;

Luana Azzolin (em uma calada da noite em que a mãe gentil lhe acordou).

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