Aquela sacolada de bergamotas bem em cima de minha mesa e aquele risinho de nem me agradece (era uma troca), fizeram eu me sentir o próprio Zsoze Kósta. Escrever por bergamotas, para quem vê de fora pode parecer engraçado, mas além de jocoso é revoltante. Ah, e não eram apenas bergamotas(daquelas enormes que quem conhece o interior do Rio Grande do sul sabe que têm), no escambo estava também incluído um potinho com meia dúzia de rizoles. É. E eu escrevi, para que alguém pudesse tirar uma boa nota numa redação que não era sua.Havia escrito outras também, por bergamotas que nem sempre vieram à vista.Pra outra pessoa ou talvez para um grande fã de bergamotas ou estudioso delas, aquelas teriam sido nota dez. Pra mim não. Elas vieram com uma imensa carga de tristeza, com gosto de falta de leitura(que é a segunda melhor coisa de se fazer no mundo) e cheiro de inimizade com os livros. Me deixaram decepcionada tais bergamotas, provavelmente tenha sido a primeira vez que este cítrico tenha provocado tais sentimentos em alguém.
Luana Azzolin
Um comentário:
extraído do livro de contos??
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